Segundo a religião cristã, domingo é dia sagrado. Não se deve trabalhar, mas rezar. Foi num domingo desses que eu concluí exatamente o contrário: domingo é o dia dos pecadores. Tá, soou pesado. Vamos de novo. Domingo é o dia dos arrependidos. E das arrependidas. Daquelas que não sabem onde esconder a vergonha pelos micos impagáveis que pagaram na festa de sábado.
Na tarde seguinte à festa, as mensagens das amigas chegam por todos os lados (o celular apita, o MSN apita, o orkut e o twitter só faltam apitar).
- O Ricardo? Você beijou o Ricardado?
- Dançou rebolation?
- Tropeçou no meio da pista?
- Conta, conta!
A lista é interminável e aposto que a sua é igual ou melhor do que a minha. Afinal, todos somos contadores de histórias e as de sábado dominam a lista do gênero comédia – pior se fosse tragédia. E, parafraseando de novo a história bíblica, lembro dos primeiros humanos do mundo. É a partir deles que concluo: o sábado é a criação, e, o domingo, a destruição.
Um grupo de amigas criou o chamado “Se meu sofá falasse”, reunião do clã, que acontece todos os domingos, às 17h. Sim, é quase um chá das cinco, onde as amigas confortam umas às outras. Acredite, o arrependimento é mútuo. Os pecadinhos de uma aliviam os das outras. E nada como saber disso para diminuir o peso da consciência.
A máxima “se arrependimento matasse…” é uma das melhores já criadas pelos nossos anônimos amigos. Inclusive, você já refletiu sobre como um autor anônimo pode se tornar um amigo íntimo? Suas palavras perdidas servem como grandes conselhos. E é abusando da inteligência deles que eu termino: se arrependimento matasse não existiria o domingo.
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